Vespa asiática chegou a Portugal

Depois dos fungos, dos pesticidas, das alterações climáticas, da destruição dos habitats, eis que as abelhas, em declínio mundial, têm agora de lidar com outra ameaça: as vespas asiáticas. Em Portugal, a região entre o Minho e o Lima é a mais afectada por estas vespas.

O que aconteceria se a sua casa estivesse a ser atacada e não pudesse sair para obter alimentos? A resposta é simples: morreria de fome (e também não iria trabalhar). É precisamente isto o que está a acontecer às abelhas. Morrem por falta de alimento e não produzem mel e as culpadas são as vespas asiáticas, vindas de Espanha e França. Em Portugal, está a apostar-se na destruição dos ninhos com fogo e armadilhas artesanais para minimizar o impacto na economia e na biodiversidade que este insecto predador pode causar.

O método de ataque da vespa asiática ou velutina (Vespa velutina nigotorax) é simples e eficaz: esperam junto das colmeias que as abelhas cheguem carregadas de pólen, capturam-nas, cortam-lhes a cabeça, as patas e o ferrão e transportam-nas para os seus próprios ninhos que constroem no topo das árvores. Aí, comem-nas.

Em Portugal, os primeiros ataques terão ocorrido em 2011, quando foi capturado um exemplar desta espécie num apiário em Viana do Castelo. Segundo Miguel Maia, técnico da Associação Apícola Entre Minho e Lima (Apimil), foram detectados cerca de 40 ninhos na região do Alto Minho, 22 dos quais no concelho de Viana do Castelo. O técnico diz ainda que foram igualmente encontrados exemplares destas vespas em Ponte de Lima, Ponte da Barca, Caminha, Vila Nova de Cerveira, Barcelos e Vila Verde.

Os ninhos, com cerca de um metro de altura e 80 centímetros de largura, são maioritariamente construídos em árvores com uma altura superior a cinco metros, descrevem Miguel Maia e José Manuel Grosso Silva, este do Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos (Cibio) da Universidade do Porto, no artigo A Vespa velutina em Portugal continental e a apicultura nacional, na revista O Apicultor, em 2012.

Depois de França, onde terão chegado em 2004, as vespas invadiram Espanha e, agora, a entrada em Portugal não é surpresa para a Apimil. "Já sabíamos que isto ia acontecer. Com a globalização, os problemas também vêm para nós", comenta o presidente da Apimil, Alberto Dias, acrescentando que, em 2013, os casos deverão aumentar em quantidade e área.

Dentro de dez anos, admite Miguel Maia, é possível que a vespa asiática tenha colonizado toda a Península Ibérica e que, nessa altura, "vamos tropeçar nos ninhos". "O Norte de Portugal será provavelmente colonizado em poucos anos", diz também o entomólogo José Manuel Grosso Silva.

MARTA PORTOCARRERO
em Publico.pt


Usando o sistema ‘Cloake board’ para criar rainhas

Este método foi desenvolvido por um apicultor neo zelandês, o sr. Harry Cloake, nos anos 70, sendo bastante usado em todo o mundo na criação de raínhas em pequena ou grande escala.

Este método só é possivel com recurso a um "estrado" com uma grade excluidora de raínhas, que após colocada entre o ninho e a alça permite a entrada de abelhas, tendo a particularidade de se poder inserir um separador que divide o ninho da alça, isolando a raínha das restantes abelhas que estão na alça, criando uma colmeia orfã na alça.

A necessidade de mover as cupulas da colmeia orfanizada para a colmeia finalizadora é eliminada.

Para que haja muitas abelhas na alça, a entrada da colmeia é manipulada. A entrada das abelhas é rodada 180º e fechada, forçando as abelhas a entrar pela entrada superior do estrado.

Para atrair abelhas jovens para a caixa superior, são colocados quadros com criação aberta provenientes do ninho.

Um dia antes do picking é colocado o separador criando uma colmeia orfã e é aberta a entrada traseira fazendo com que as abelhas saiam e entrem pela entrada superior.

No dia seguinte ao picking é retirado o separador e fechada de novo a entrada inferior, criando o estado de uma comeia inicializadora.

Luísa Correia


Algumas considerações sobre as plantas exóticas

Em principio, todas estas "invasões" podem nos entristecer e criar um sentimento de revolta...quem não se lembra no inicio dos povoamentos de extensos eucaliptais o constante chamar de atenção dos ecologistas na degradação dos solos (e com razão). Mas algumas sementes destas espécies (e de muitas outras) foram trazidas em bolsos de calças e até em vasos (quando se podia trazer tudo e mais alguma coisa nos aviões). Por exemplo, a Hakea é uma excelente espécie para a construção de sebes (espinhosa e pode atingir os 3 metros).

Porém, a nível apícola, a maneira de ver esta invasão pode ser vista de um outro ângulo. Actualmente, o eucalipto é das espécies que produz mais mel por colmeia em comparação com a urze, o rosmaninho, a soagem, o castanheiro, entre outras espécies. As acácias podem fornecer pólen, fonte proteíca que é essencial para a crição da colónia, no ínício da Pimavera e também alguns sucos açucarados que atraem as abelhas. Por fim, a Hakea que atrai significativamente as abelhas pelo seu néctar em pleno Inverno, promovendo a estabilização das reservas nesta estação do ano e, quem sabe, a promoção da produção de um tipo de mel monofloral que poderá ser explorado pelo apicultor.

Assim, a pergunta que poderá ficar no ar: estas espécies serão bem ou mal vindas para o nosso ambiente / agricultura?

Luísa Correia


Varrose

Os ácaros do género Varroa alimentam-se dos fluidos corporais (hemolinfa) das abelhas-melíferas do género Apis, infestando tanto as abelhas adultas como as pupas e larvas. Para além dos danos que causam directamente, são um importante veículo na propagação de vírus, alguns dos quais provocam infecções que são particularmente danosas para as abelhas, entre as quais o iflavirus DWV (que deforma as asas das abelhas) e o IAPV (que paralisa as abelhas). A infestação por Varroa tem sido repetidamente apontada como uma das causas da síndrome do colapso das colónias de abelhas.

Para fazer face aos elevados prejuízos que estes ácaros causam na apicultura, têm vindo a ser desenvolvidos esforços com o objectivo de obter abelhas resistentes à infestação por Varroa. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos desenvolveu uma linhagem de abelhas que aplica métodos de auto-higiene sensíveis à presença de Varroa, o que lhe permite remover os ácaros em fase de reprodução. Esta linhagem foi distribuída aos apicultores para incorporação nos seus processos de criação.

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Luísa Correia